Websites | Serviços | Webmail | Ferramentas | Área reservada

Projectos - Sistemas e Organizações de Saúde
Resultados dos cuidados de enfermagem: qualidade e efectividade (PTDC/CS-SOC/113519/2009)
     

Com esta crescente exigência de acountability económica e financeira, que o escrutínio social impõe, os enfermeiros, e as profissões de saúde em geral, são desafiados a demonstrar que os cuidados que prestam são de alta qualidade, o que significa serem apropriados, eficientes e efectivos, produzindo os melhores resultados nos doentes (Donabidean, 1992). O objectivo deste projecto é, assim, identificar e analisar os resultados obtidos nos cuidados prestados aos doentes internados em hospitais, respeitante às intervenções da enfermagem e a sua relação com as competências desempenhadas por estes profissionais.

Projecto financiado por:   

 



Estudos e Práticas Empreendedoras
     

O avanço tecnológico e a globalização promoveram mudanças radicais na forma de viver, forçando a uma nova forma de pensar e de agir como forma adaptativa, exigindo o desenvolvimento de novos comportamentos e habilidades para a aquisição de novas competências para se poder estar nas sociedades atuais. É nesta envolvente que o empreendedorismo assume um papel determinante para a criação de novas soluções, estimulando à criação de uma cultura participativa, de competição, i.e., cooperação e ao mesmo tempo competição, para a criação do homem inter independente para enfrentar os novos desafios.



Caminhos da Enfermagem
     

A importância de analisar resultados associados a intervenções de enfermagem e de que forma a estrutura os regula; de conhecer os trajetórias profissionais e percursos dos enfermeiros bem como a forma de conciliação da vida profissional com a vida familiar; de identificar a relevância das intervenções em idosos, bem como a qualidade em saúde nas suas diferentes dimensões, foram alguns dos determinantes para a criação do presente projeto.



Comportamento Organizacional
     

No sentido de melhorar a efetividade, a eficiência e a qualidade nas organizações de saúde, em particular na vertente do comportamento organizacional desenhamos um projeto de investigação centrado no empenhamento organizacional de profissionais de saúde.

Em função dos novos paradigmas vigentes na gestão das organizações e nas relações entre os diversos atores organizacionais, reforça-se a importância da pesquisa sobre comportamento organizacional. A diversidade de pressupostos na relação indivíduo-organização é motivo bastante para observar cuidadosamente as formas em que o comportamento surge, como se desenvolve e mantém.

Tópico(s) prioritário(s) UICISA: E:

Formação e desenvolvimento dos profissionais de saúde



Famílias que integram dependentes no autocuidado: organização e gestão dos cuidados
     

O envelhecimento da população, tem levado ao aumento progressivo da percentagem da população portuguesa com 65 ou mais anos, em particular a um aumento da população com mais de 85 anos de idade. Este aumento prevê-se que, irá acentuar-se no futuro (Istituto Nacional de Estatística, 2020) e que será, potencialmente acompanhado, do aumento da prevalência de condições crónicas e complexas de saúde (Nunes, 2018). Consequentemente, num futuro próximo, mais pessoas ficarão dependentes no autocuidado e, por isso, de cuidados de terceiros. (Araújo, Paúl, & Martins, 2011b, 2011a; Aznar, Germán, Nalváiz, & Esteban, 2002a; Bento, 2020; Caldas, 2003; Carneiro, 2012; Dixe, et al., 2019; Dixe, et al., 2019a; Fonseca, Lista, Redol, & João, 2018; Fuino & Wagner, 2018; Karsch, 2003; López, Mejía, & Arias, 2012; Maresova et al., 2019; Naciones Unidas, 2003; OPSS, 2015; Ramos & Lopes, 2017; Ribeiro & Pinto, 2014; Ribeiro, Pinto, & Regadas, 2014a; Zunzunegui, 2011). Embora todos os países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Economico (OCDE) tenham registado ganhos na esperança de vida aos 65 anos de idade entre 1970 e 2017, nem todos os anos adicionais são vividos com boa saúde. No caso de Portugal, a maioria dos anos de vida suplementares são vividos com incapacidade (OCDE/Observatório Europeu dos Sistemas e Políticas de Saúde, 2019). De acordo com o Health at a Glance (2019), 70% dos portugueses, com 65 ou mais anos declara ter duas ou mais doenças crónicas (OCDE, 2019).

Hoje sabemos que não são as doenças crónicas, as deficiências e/ou o envelhecimento per si que constituem o problema. Em muitos casos as pessoas podem tornar-se competentes na gestão das suas condições crónicas de saúde (Høy, Wagner, & Hall, 2007), sendo capazes de realizar as atividades necessárias à manutenção da vida, da saúde e do bem estar. No entanto, as alterações nos processos corporais e mentais, decorrentes de doenças crónicas e do desenvolvimento do ciclo vital (envelhecimento), têm o potencial de conduzir ao aumento progressivo de incapacidades que tendencialmente evoluem no sentido da dependência para o autocuidado. É a dependência no autocuidado, que gera a necessidade de ajuda de outros, que constitui o verdadeiro problema, quer do ponto de vista individual, quer social (Bento, 2020). Em Portugal, tradicionalmente os idosos, com limitações que os impediam de se autocuidar, contavam com a família e a comunidade local que asseguravam um mecanismo informal de prestação de cuidados (Araújo, 2010; Araújo et al., 2011b; Quaresma & Ribeirinho, 2016). A diminuição do tamanho e composição das famílias, a crescente participação da mulher no mundo do trabalho, mas também as mudanças sociais que tendem a alterar as conceções de apoio intergeracional e do valor atribuído ao cuidado aos mais velhos, geram tensões e dificuldades crescentes, que põem em causa uma lógica de organização de cuidados a pessoas dependentes que ignore esta realidade. Assim, importa conhecer o fenómeno das famílias que atualmente cuidam de pessoas dependentes no autocuidado  para ter em conta a realidade atual na definição de modelos de organização dos cuidados de futuro (Bento 2020).

O fenómeno da dependência no autocuidado é considerado, quer no contexto da disciplina de Enfermagem, quer no da profissão, foco central de atenção e ação dos enfermeiros (Denyes, Orem & Bekel, 2001; Meleis, 1997; Parse, 1987; Söderhamn, 2000; Steiger & Lipson, 1985). As alterações no estado de saúde, como a doença crónica, aguda, ou a agudização de um problema crónico, são potencialmente geradores da passagem ou transição da independência no autocuidado para um cenário de dependência. A pessoa experiencia nesses casos uma transição de saúde-doença (Schumacher & Meleis, 1994), que pode ser de instalação súbita e delimitada no tempo ou pode ser de instalação gradual e progressiva. O envelhecimento (processo complexo, multidimensional e multicausal, associado a uma diminuição da capacidade das estruturas ou funções do organismo) é, também ele, potencialmente gerador de transição para a dependência no autocuidado. A transição é nesta situação uma transição de desenvolvimento (Schumacher & Meleis, 1994). Frequentemente, no entanto, assistimos a transições com padrões de multiplicidade e complexidade, em que as mudanças são geradas por eventos múltiplos, simultâneos e/ou sequenciais, estando associadas quer ao envelhecimento, quer a processos de saúde-doença, não ocorrendo cada uma per si isoladamente, mas sim em conjunção (Meleis, Sawyer, Im, Messias & Schumacher, 2010). A transição da independência no autocuidado para a dependência, provoca mudanças significativas na vida da pessoa e da família, desafiando-as a desenvolver e/ou reconfigurar as suas competências de autocuidado e o seu projeto de vida (Meleis, Sawyer, Im, Messias, & Schumacher, 2000). Pode dizer-se, de acordo com Meleis (2000), que as transições são resultado e resultam em modificações na vida, na saúde, nas relações e no ambiente em que as pessoas vivem. A transição da independência para a dependência no autocuidado pode ser temporária, passando a pessoa e a família por um processo que vai desde o reconhecimento dos primeiros sinais subtis, que permitem antecipar a alteração na capacidade de autocuidado, à perceção das limitações e à recuperação, quando possível, da independência no autocuidado. Mas, frequentemente esta é uma trajetória dinâmica e nem sempre linear (Corbin, 1998; Corbin & Strauss, 1991), em que a pessoa pode passar por períodos de vai e vem entre ser totalmente dependente, necessitar de ser substituído na realização do autocuidado, ou apenas necessitar de ajuda de pessoa ou de equipamentos, até à recuperação da autonomia no autocuidado.

Os enfermeiros tomam a família como centro dos cuidados, focando-se: i) no reconhecimento das necessidades da pessoa dependente no autocuidado; ii) no desenvolvimento da capacidade do(s) cuidador(s) familiar(es) para o exercício do papel; iii) nas necessidades do cuidador decorrentes desse exercício. Os enfermeiros facilitam os processos de transição, no sentido de que se possa alcançar a maior sensação de bem-estar possível (Meleis, 1997, 2010; Schumacher & Meleis, 1994). Tomam como foco do seu exercício profissional: o diagnóstico das respostas humanas da pessoa à situação de dependência vivida, a partir dos quais viabilizam um processo de cuidados profissionais em parceria com a pessoa/cliente e familiar(es) cuidadores (Meleis, 1991). As terapêuticas de enfermagem (ações realizadas em resposta a um diagnóstico de enfermagem), têm como intenção a promoção da independência nas ações realizadas pelos clientes e/ou familiar cuidador, a aquisição de competências e habilidades cognitivas e instrumentais para a realização do autocuidado ou cuidado dependente, a adaptação aos novos papéis, e o desenvolvimento de respostas adaptativas, de modo a que a transição culmine com a adaptação à nova situação (Schumacher & Meleis, 1994; Meleis et al., 2000).

O desenvolvimento de modelos de cuidados às pessoas que vivem situações de dependência e desejam permanecer em sua casa é, por isso, um desafio que se coloca à disciplina de Enfermagem, cada vez com maior pertinência dada a evolução demográfica, social e de saúde. Importa, por isso, aprofundar o conhecimento e caraterização do fenómeno da dependência; do exercício do papel de cuidador familiar e da atual organização dos cuidados prestados em casa, quer pela RNCC, quer no âmbito da Hospitalização domiciliária, como base para se pensarem modelos de organização de cuidados no futuro que garantam completude, integração e articulação de cuidados para manter as pessoas a viver em casa e nas suas comunidades enquanto vivem transições de saúde-doença, se essa é a sua vontade.

Áreas prioritárias de investigação da UICISA: E

Educação para a Saúde e Literacia

Inovação em Tecnologia dos cuidados de enfermagem

Envelhecimento ativo

Metodologias de cuidados de enfermagem diferenciados (complexos)

Segurança do doente e efetividade dos cuidados

Transições de saúde e autocuidado